Entrada na escola: tempo de crescimento!

Entrada na escola: tempo de crescimento!

 Vera Ramalho e Beatriz Reis 

 

A entrada no 1º ciclo é, ao mesmo tempo, um momento de grandes emoções e de grandes mudanças.

O importante é que pais e filhos consigam encontrar o equilíbrio para lidar com esta fase e retirar dela coisas positivas para o seu crescimento. As mudanças envolvem um nível elevado de imposições e novidades, como por exemplo, horários mais alargados, a introdução de trabalhos de casa e a exigência de novas posturas na sala de aula. Existem também novas rotinas como o tempo de recreio que se torna mais reduzido e a obrigação de chegar dentro do horário definido à escola, o que pode levar, inicialmente, a dificuldades de adaptação.

O primeiro dia de aulas de uma criança que inicia o primeiro ano do primeiro ciclo é especial e inesquecível, quer para a criança, quer para os pais e professores. Os pais, frequentemente, revelam angústia, receios e dúvidas sobre como reagirão os filhos nesta nova fase da vida, onde passam da brincadeira para a imposição de atenção e concentração que a aprendizagem da leitura e escrita requerem. “O meu filho é tão imaturo, não sei como vai adaptar-se às rotinas da escola…”

Por outro lado, esta nova etapa acaba por ser mais fácil para a criança do que para os pais, pois as crianças têm tendência a se adaptar mais rapidamente a novas situações e realidades do que os adultos. Embora haja na criança um miudinho de ansiedade e receio, há também a magia do sentimento que “está crescida” e já tem idade para entrar na escola “dos grandes”.

Com a entrada no 1ºciclo a criança passará também a ser “aluno” e, portanto, terá mais responsabilidades, sobretudo a nível do estudo, onde agora passará a ter trabalhos e tarefas. 

Conhecer e mostrar-se disponível para falar com a professora deve ser uma prioridade para os pais. Nos primeiros tempos é importante obter informação sobre a aprendizagem da criança e as suas dificuldades e conquistas. As dificuldades iniciais podem ser melhor ultrapassadas com a atenção e ajuda dos pais e dos professores. Se os pais estiverem atentos, mais facilmente se colmatarão os obstáculos impedindo que cresçam.

Para facilitar a adaptação da família a esta nova etapa de vida, os pais deverão definir estratégias de acordo com as suas necessidades e da criança. Algo que poderá ajudar é falar sobre a escola como um local importante para o crescimento e educação das crianças, de forma a ajudar o seu filho a ultrapassar eventuais inseguranças. Outro aspeto importante é não falhar nos horários de chegada à escola, de modo a mostrar a criança que as responsabilidades devem ser cumpridas e, ao mesmo tempo, reduzir a ansiedade causada pela eventual crítica da professora quando os atrasos acontecem.

A definição de um local e horário regular para a realização dos TPC é outra necessidade comum às famílias: deve haver um pequeno momento de pausa quando chegam a casa para descansar e até brincar, mas, de seguida, a prioridade é fazer os trabalhos de casa. Isto vai ensinar a criança a estabelecer prioridades e a regular o tempo que dispõe de uma forma eficaz e responsável. É certo que para muitas famílias o tempo que sobra entre chegar a casa e a hora de dormir é muito curto, o que dificulta que a criança tenha possibilidade do tal momento de descanso/brincadeira antes de fazer os TPC. De qualquer modo, 10 minutos podem fazer a diferença.

Antes do início de qualquer nova etapa de vida, é confortante saber que temos o apoio incondicional de quem nos ama, e é isso que os pais devem mostrar aos seus filhos. Haja o que houver, eles sentem que terão ajuda. Há inseguranças naturais, como o medo de não aprender ou de estar longe dos pais, e, por isso, é bom conversar com o seu filho e incentivá-lo a expressar o que pensa e sente sobre a escola. Isto deve ser feito com regularidade e sem cobranças, de modo a que a criança sinta que pode falar abertamente.

Se surgirem problemas ou dificuldades, o primeiro passo é transmitir segurança e apoio à criança para que se mantenha confiante e motivada, depois, uma conversa franca com a professora e o pedido de ajuda externo, se for caso disso.

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